Covid-19: Antigo jornalista da Inforpress e porta-voz das Nações  Unidas considera que ética e deontologia ganham outra relevância

Cidade da Praia, 16 Abr (Inforpress)  – O ex-jornalista da Inforpress Vladimir Monteiro,  porta-voz da Missão de Paz das Nações Unidas, considera que a “ética e a deontologia ganham outra relevância face ao covid-19 e que deve ser assegurado o direito de acesso à informação aos jornalistas.

Para este jornalista cabo-verdiano, porta-voz da missão das Nações Unidas na República Centro Africana – MINUSCA -, que classifica a covid-19 como um drama mundial, torna-se imperioso que neste período de Covid-19 “o direito de acesso à informação seja assegurado aos jornalistas para que façam um trabalho rigoroso e transparente”.

“Neste contexto de incerteza, a informação é essencial e tem-se notado isso por todos os lados. Incluindo media internacionais como a CNN ou a BBC transmitem vezes sem conta as medidas de prevenção (lavagem das mãos, distanciamento, etc.) que se deve seguir para evitar a doença”, realçou Vladimir Monteiro em entrevista ao online, “mindelinsite”, conduzida pelo também jornalista da Inforpress, João Augusto do Rosário, actualmente a residir em Portugal.

Em relação a RCA, onde trabalha para as Nações Unidas, frisou que “os media têm contribuído para a sensibilização das pessoas, embora um número limitado fez circular falsas informações sobre um doente e também afirmando que os estrangeiros são responsáveis pelo surgimento da covid-19 no país. Isto é inadmissível e perigoso”.

Por isso, sublinhou que as Nações Unidas apoiaram o Ministério da Saúde e os órgãos de comunicação social, que acabaram por assinar um documento para garantir uma cobertura mediática responsável.

Em tempo de coronavírus como noutros  períodos, explicitou, a ética e a deontologia devem ser a regra ao mesmo tempo que o acesso à informação deve ser garantido aos jornalistas com vista a uma cobertura objectiva.

Há quase 14 anos a residir fora de Cabo Verde, onde desempenhava as funções de jornalista da Agência Inforpress, sendo membro fundador da Cabopress, primeira designação da Agência de Notícias cabo-verdiana, Vladimir Monteiro iniciou as suas pisadas no estrangeiro, primeiramente em  Nova Iorque, no serviço português da Rádio ONU.

Oito meses depois foi recrutado pelo Gabinete das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) como oficial de informação, seguida de uma outra missão no Burundi entre Julho 2012 e Outubro 2015, também como oficial de informação.

Em Outubro de 2015 juntou-se à missão de paz das Nações Unidas na RCA como porta-voz. Considera ter sido “uma verdadeira escola de dar e receber, encontros com dirigentes e simples cidadãos assim como de episódios dramáticos e momentos de esperança para os povos desses três países.

SR/CP

Inforpress/Fim

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