Cabo Verde conta a partir de hoje com um protocolo para a abordagem do Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Cidade da Praia, 29 Out (Inforpress) – A especialista em neurologia Albertina Lima manifestou-se hoje “satisfeita” com a apresentação do protocolo para a abordagem do Acidente Vascular Cerebral (AVC), por se tratar de um “instrumento importante” na abordagem da doença no País.

Albertina Lima, que falava na cerimónia de apresentação do protocolo para a abordagem do AVC, no âmbito do Dia Mundial do AVC, que se assinala hoje, avançou ainda que o documento de 92 páginas e 19 capítulos é fruto de uma colaboração de 35 especialistas de diferentes áreas de saúde.

Na apresentação, a especialista justificou a existência do protocolo, com o facto de os contextos nacionais e internacionais demonstrarem, claramente, que a cada ano 16 milhões de pessoas sofrem do AVC, sendo que deste número, seis milhões acabam no óbito.

Ainda segundo Albertina Lima, 85% dos ACV acontecem em países de baixa renda, como Cabo Verde, onde ainda “não existem as melhores abordagens” para o tratamento da doença e onde é a primeira causa de morte.

“No protocolo abordamos várias questões começando pela fase pré-hospitalar que consiste em ensinar as famílias a conhecerem os sintomas, o tratamento da fase aguda, a prevenção, os cuidados, fisioterapia e a fonética, pois, trata-se de uma doença com abordagem multidisciplinares”, disse.   

Com AVC, segundo disse, o tempo é “primordial”, pois, sublinhou, cada minuto sem atendimento é equivalente a perda de dois milhões de neurónios e, com isso, mais sequelas.

O AVC, lembrou a especialista, é uma doença prevenível e tratável, pelo que considerou que todos devem trabalhar juntos para melhorar a fase aguda da doença e melhorar os três efes: face, fala e força.

Dor de cabeça muito forte e súbita, fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, paralisia, perda repentina da fala ou dificuldade em se comunicar e perda da visão, são os principais sintomas na origem de um AVC.

Quadros de pressão alta, obesidade, sedentarismo, colesterol elevado, doenças do coração, como arritmias, diabetes, tabagismo e alcoolismo são também factores de risco, sendo que o envelhecimento e características genéticas também podem aumentar a probabilidade da doença.

O protocolo para a abordagem do AVC foi apresentado no País no Dia Mundial do AVC e é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

PC/AA

Inforpress/Fim 

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