Sal Rei, 23 Nov (Inforpress) – O edil boa-vistense desafiou hoje a deputada do Movimento para a Democracia (MpD) pelo círculo eleitoral da Boa Vista, Elizabete Évora, a defender os interesses da ilha no parlamento em vez de instar situações com “pequices”.
Cláudio Mendonça lançou esse repto, em declarações à imprensa, na sequência das denúncias da parlamentar do MpD, que acusou a câmara de “ausência de respostas” às reivindicações dos munícipes e associações.
“Diante de tudo o que ouvi e li na comunicação social, a deputada está bastante equivocada quando pede respostas a atrasos de pedido de audiências de associações. Eu questiono que associações?”, afirmou, considerando que, perante o momento que se vive ser normal que os munícipes querem respostas e ver os seus assuntos resolvidos de forma célere.
O presidente da Câmara Municipal da Boa Vista fez saber que a sua equipa desde o início adoptou uma postura de proximidade com as associações, organizações não- governamentais (ONG), residentes e não residentes na ilha, procurando parcerias possíveis dada a importância destes agentes para o desenvolvimento da ilha.
Reiterou que tem respondido e afectado as audiências desde que sejam pedidos formalizados cordiais, numa perspectiva de parceria no sentido “win-win” (ganhar-ganhar).
“Procuramos o equilíbrio entre aquilo que é efectivamente a nossa disponibilidade e as respostas que podemos dar aos munícipes”, disse, confirmando grande demanda de requerimentos de várias ordens, nomeadamente pedidos de cestas básicas, de terrenos, de reestruturação de casas, de ajuda médica e de ‘evacuações’.
Destes destacam-se as ajudas de pessoas que passam por dificuldades, razões pelas quais sublinhou que a autarquia tentou ouvir problemas da maioria das pessoas e realizou encontros em todos os povoados.
Cláudio Mendonça disse que a câmara tem feito audiências constantes, mas admitiu ser impossível responder, de imediato, a todos os pedidos solicitados, que são analisados de forma a verificar as prioridades, tendo em conta o reflexo da tesouraria que classifica como “difícil”.
Em relação a cartas e pedidos de audiência, o presidente da Câmara Municipal da Boa Vista pediu que Elisabete Évora seja mais específica.
Ao seu ver, a deputada está a instar situações com “pequices”, quando, estando na linha da frente deveria procurar defender os reais interesses da ilha, em prol dos munícipes e recorrer a assuntos também num âmbito nacional, numa perspectiva a médio e longo prazos, a nível da saúde, do ensino, da infraestrutura, da água, do saneamento, do turismo, dos transportes, da agricultura e da pecuária.
Cláudio Mendonça disse ainda que acredita que Elisabete Évora não foi eleita deputada nacional para ficar no parlamento de boca calada.
“Debater e procurar soluções para a ilha da Boa Vista é o mais importante neste momento porque temos problemas gravíssimos a resolver”, atestou, avançando que a eleita nacional tomou posse e desde então apareceu na câmara municipal uma única vez.
O autarca boa-vistense pediu a deputada do MpD para parar de instigar “certos assuntos” e convidou-a a aparecer mais vezes para se inteirar dos projectos existentes e, “quiçá, mobilizar outros planos para a ilha”.
Na sua ótica, Elisabete Évora poderia ainda procurar saber o que a autarquia pensa sobre o desenvolvimento da ilha, ou então, pelo menos, junto com a equipa camarária, debater e procurar soluções sobre os principais problemas da Boa Vista.
VD/CP
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