Pedra Badejo, 17 Out (Inforpress) – A candidatura do PAICV à liderança da autarquia santa-cruzense acusou o MpD de provocar o partido com “agressões na sua casa”, mas este refuta, afirmando que a rixa ocorrida na noite de quinta-feira foi provocada propositadamente pelo adversário.
Em declarações à imprensa esta sexta-feira, o director da campanha do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Virgolino Semedo, disse que a “desordem” ocorrida na noite de quinta-feira, que foi alvo de intervenção da Polícia Nacional (PN), com o reforço de efectivos da esquadra de Santa Catarina, é um comportamento “totalmente lamentável e repudiante”.
Segundo explicou, a caravana do Movimento para a Democracia (MpD) estava num desfile para passar em frente à sede do PAICV e encontrou o caminho interrompido, alertando que a equipa adversária “não deveria passar por ali naquele momento”, porque já tinham comunicado à PN que estavam no local.
“Quando encontraram o caminho meio interrompido, decidiram avançar na mesma e começaram a empurrar pessoas e militantes que encontraram no local. Aqui nem é preciso procurar quem tem culpa, porque o MpD veio provocar-nos na nossa casa, num momento em que tínhamos programado o nosso encontro de articulação e diálogo”, demonstrou.
Virgolino Semedo fez saber que um dos seus apoiantes foi ferido com “algum tipo de arma de metal”, apelando à candidatura adversária a dar ao eleitorado a confiança através das suas plataformas e invocou a intervenção da representação da Comissão Nacional de Eleições em Santa Cruz, para fazer valer o código eleitoral.
Por seu lado, o director de campanha do MpD, Moisés Tavares, refutou, dizendo que a rixa foi provocada “propositadamente” pelo PAICV, explicando que a sua candidatura estava numa acção de porta-a-porta na zona de Ribeirão Boi e, no final do dia, a caravana aproveitou para dar um passeio nas principais artérias da cidade de Pedra Badejo, antes de chegar à sede do partido.
“Quando estávamos a chegar perto do mercado, reparamos que o PAICV estava também a passar por aquela artéria e nós paramos a nossa caravana, chamamos a polícia e esperamos cerca de 30 minutos para os seus activistas passassem e desarrumar, mas alguns elementos do PAICV criaram alguns delinquentes que ficaram na retaguarda à nossa espera”, demonstrou.
Segundo Moisés Tavares, esses jovens começaram a atacar a caravana do MpD antes de chegar na sede do PAICV e colocaram um hiace dentro da estrada para não lhes deixar passar, sendo que depois disso, “ficaram a agredir as pessoas voluntariamente”, tendo accionado a polícia.
Conforme contou, a polícia apareceu depois de terem chegado à sede, mostrando-se “indignado com a postura” dos agentes da lei, porque “se tivessem desempenhado o seu papel de garantir a segurança, aquele incidente não ia acontecer”, revelando que um dos seus apoiantes teve uma “pequena contusão” no pé e o candidato Pedro Alexandre Rocha sofreu ameaças.
A imprensa tentou saber junto da esquadra da polícia se houve detenção de pessoas, mas nos informaram que não estão autorizados para falar sobre o assunto.
Na disputa à liderança da Câmara Municipal de Santa Cruz nas eleições autárquicas de 25 de Outubro estão Carlos Silva, candidato à sua própria sucessão suportado pelo PAICV, e o seu adversário do MpD, Pedro Alexandre.
Para as eleições autárquicas de 25 de Outubro, em Santa Cruz, estão inscritos nos cadernos eleitorais 17.137 eleitores (em 2016 o número de inscritos era de 15.866, dos quais 10.726 votaram).
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