Cidade da Praia, 25 Out (Inforpress) – O processo eleitoral na Praia iniciou-se com um atraso generalizado, como constatou a Inforpress numa primeira ronda pelas assembleias de voto, em que os eleitores vão escolher os 22 presidentes de câmaras municipais.
No maior círculo eleitoral do país, os eleitores queixavam-se do atraso no arranque da votação, o que levou alguns a desistirem, porque, alegam, que estiveram à espera desde das sete horas da manhã, conforme havia anunciado a presidente da Comissão Nacional de Eleições, Maria do Rosário Gonçalves.
“Eu dou nota zero à CNE, porque desde que estou a votar nunca vi uma desorganização como esta”, desabou Lourdes Teixeira, que estava à espera para votar na mesa PR-AA-13.
Segundo a presidente da mesa, Alíria Ramos, o atraso ficou a dever-se, por um lado, à falta da tinta indelével que ainda não tinha chegado e, por outro, porque a urna “estava partida” e tinha que ser substituída.
Em outras mesas havia falta do álcool gel para a higienização das mãos e em outros casos a Inforpress registou demora na chegada de materiais, nomeadamente urnas para substituir aquelas que estavam partidas ou não fechavam.
Na escola secundária Regina Silva, além do atraso em algumas assembleias de voto, havia uma candidatura que não estava a respeitar a distância delimitada pela CNE, ou seja, 500 metros mínimos, enquanto as autoridades policiais assistiam aos activistas a indicarem os eleitores em relação às suas mesas de voto.
A mesma situação verificou a Inforpress na assembleia de voto que está a funcionar no centro Social Armindo Lalá, em que um candidato estava a menos de 100 metros com os cadernos eleitorais nas mãos.
A presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou este sábado que as pessoas portadoras de computadores “estão proibidas”, dentro de um limite mínimo de 500 metros das assembleias de voto, a darem orientações aos eleitores.
Estas eleições municipais contam com um total de 65 candidaturas, sendo 12 promovidas por grupos de cidadãos independentes e 53 propostas por partidos políticos.
As primeiras eleições autárquicas cabo-verdianas realizaram-se a 15 de Dezembro de 1991. Concorreram dois partidos políticos (o Movimento para a Democracia – MpD e o Partido Africano da independência de Cabo Verde – PAICV) e 14 grupos independentes. É a maior participação de independentes numa eleição autárquica em Cabo Verde.
Quatro grupos de independentes venceram as autárquicas de então, a saber: O Movimento para a Renovação de S. Vicente (MPRSV), encabeçado por Onésimo Silveira; o Grupo Pró Sal (PRO-S), liderado por José Azevedo; o Grupo Independente para o Desenvolvimento do Paul (GIDP), que teve à frente Alcídio Tavares e o Grupo Alternativo para o Desenvolvimento do Maio (GAPDM), comandado por Amílcar Andrade.
Nessa altura estiveram inscritos nos cadernos eleitorais 173.953 eleitores.
LC/CP
Inforpress/Fim