Autárquicas 2020/São Vicente: Grace Évora diz ser um músico emprestado à política com missão de ajudar a ilha

Mindelo, 14 Out (Inforpress) – Grace Évora integra a galeria dos notáveis da música de Cabo Verde das últimas décadas, com uma carreira de 30 anos, e que surge agora na política numa das listas às autárquicas, embora nega ser político.

“Não sou e nem quero ser político, apenas desejo dar o meu contributo para a minha ilha, fazer o melhor para o seu povo, portanto vejo-me como um músico emprestado à política”, lançou Grace Évora, à Inforpress, no meio de mais uma acção porta-a-porta.

Terceiro elemento da lista para a câmara do Movimento Mas Soncent, indicado pelos seus pares à vereação da cultura, o autor de sucessos musicais como Lolita, Ramed d’Amor, Perdê Temp e Coração Apaixonado, entre outros, conta em poucas palavras a história da sua adesão ao movimento.

“Nelson Lopes, futuro presidente, fez-me o convite e aceitei na hora porque, disse ao Nelson, é a minha ilha e se ela precisa de mim e achas que sou uma mais-valia, alinho, foi assim e estamos aqui para trabalhar para São Vicente, para o nosso povo”, justificou.

Não fosse isso, precisou, ficava na sua vida de música porque, “graças a Deus”, disse ter uma carreira musical “estável, com espectáculos o ano inteiro”, que lhe dá para viver “tranquilo da vida”.

Diz ter “ideias diferentes e inovadoras” para áreas como desporto, cultura e social, as suas “predilectas”, rumo ao desenvolvimento de São Vicente e, se for eleito e lhe seja atribuída a vereação da cultura, aponta a prioridade: “reunir-se com os ícones da cultura” e outros artistas da ilha, nas mais diversas áreas.

Justificou que tem “ideias específicas”, mas mesmo assim deseja ouvir outras ideias e propostas para “um São Vicente mais cultural”, saber das necessidades diárias para avançar e aumentar o nível cultural da ilha.

Seis dias de campanha eleitoral, e Grace Évora, na qualidade de estreante nestas lides, considerou que tem sido uma “experiência agradável”, de contacto “directo com o povo” e que tem dado, até, para “conhecer pedaços de muitas zonas” que antes desconhecia.

“Estamos aqui única e exclusivamente por São Vicente, não preparamos discursos em casa para contar às pessoas, o que sai da nossa boca é autêntico, vem do coração, de uma missão verdadeira para propor ideias diferentes”, sintetizou Grace Évora.

Para além de Nelson Lopes (Movimento Mas Soncent), concorrem ao cargo de presidente da câmara de São Vicente Albertino Graça (PAICV), António Monteiro (UCID) e Augusto Neves (MpD).

Nas autárquicas de 2016, em São Vicente, concorreram Augusto Neves, pelo MpD, que teve maioria absoluta na câmara com 48,97 por cento (%) dos votos, António Monteiro (UCID), que conseguiu 28,28%, e Alcides Graça (PAICV) que teve 20,75%.

Em São Vicente, para as eleições do dia 25 de Outubro, estão inscritos 52.686 eleitores (mais 884 em relação ao escrutínio de 2016), dos quais 177 cidadãos estrangeiros, distribuídos por 142 mesas de voto.

A nível nacional participa na corrida o total de 65 candidatos, sendo 22 do MpD, 22 do PAICV, sete da UCID, dois do PP (um no município da Praia e um para Assembleia Municipal na Boa Vista), e mais 12 candidatos independentes que disputam as câmaras municipais da Ribeira Grande (1), de Santa Catarina (1), São Domingos (1), Tarrafal de São Nicolau (1), Sal (1) Tarrafal de Santiago (2), Praia (4) e São Vicente (1).

AA /ZS

Inforpress/Fim

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