João Teves, 11 Out (Inforpress) – O candidato do PAICV à Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos acusou hoje o seu adversário do MpD, de ter “falhado”as promessas de desenvolvimento do município que tinha avançado há quatro anos e que não passaram de “miragem”.
Este é um dos argumentos que a caravana de António Fernandes tem estado a discutir com o eleitorado no contacto porta a porta estabelecido nas diversas localidades deste concelho do interior de Santiago.
Com a palavra de ordem “Órgãos pa tudu nos” (Órgãos para todos nós), os activistas do PAICV têm estado a pintar as localidades de cor amarela (t-shirt), a colar pequenos cartazes nos postes públicos de energia, ao mesmo tempo que tentam convencer a população da “bondade” dos seus propósitos.
Desencravar localidades, melhorar o piso das estradas, reparar as casas degradadas, transporte para os alunos, desenvolver o município para dar bem-estar à população e trabalhar em estreita articulação com o governo, são alguns dos articulados dos candidatos do PAICV.
“Foi no mandato do governo central do PAICV que a energia chegou a esta localidade” ou então “Lela não cumpriu os compromissos que assumiu há quatro anos”, enquanto isso o carro de som propalava em alto brado “Lela é mau, é mau, é mau. Tone ki nu kre!” (Lela, alcunha de João Vasconcelos, é mau, é mau. Queremos o Tone, alcunha de António Fernandes).
Sob um sol escaldante e em cada povoação, lá parava a caravana para um dedo de conversa individualizado com os populares. Não se tratava de um monólogo, porquanto, os populares replicavam pedindo explicações e colocavam algumas questões e muitas delas embaraçosas se as respostas não estivessem “na ponta da língua”.
“Mas aquele senhor de que fala aí. Ele nunca mais apareceu por aqui para saber quais são os nossos problemas” – atirou de chofre um senhor.
O responsável pelo grupo teve de explicar: “O senhor não está a lembrar-se. Ele é filho de fulano. Estivemos cá os dois, semanas antes da campanha. Mas veio connosco e encontra-se naquele povoado mais acima. Dividimo-nos em pequenos grupos, espalhados por aqui”.
Alguns minutos depois chega o aludido indivíduo com os dois candidatos do PAICV, António Fernandes (Câmara Municipal) e Victor Baessa (Assembleia Municipal). A conversa continuou. Reforçou-se a determinação de se fazer mais e melhor do que a equipa adversária, porque a competência e maior capacidade de realização estavam do lado do partido que defende “Órgãos pa tudu nos” e o grupo seguiu para outra povoação.
Nas eleições de 2016, as sétimas realizadas em Cabo Verde, para escolha dos titulares dos órgãos municipais de São Lourenço dos Órgãos concorreram Carlos Vasconcelos, pelo MpD, que venceu com 2.013 votos (49,11%) e Victor Baessa, pelo PAICV, que obteve 1.965 votos (47,94%).
Para as eleições autárquicas de 25 de Outubro, estão inscritos nos cadernos eleitorais 5.746 eleitores, (em 2016 o número de inscritos era de 5.268, dos quais 4.099 votaram).
A nível nacional participa nesta corrida um total de 65 candidatos, sendo 22 do MpD, 22 do PAICV, sete da UCID, dois do PP (um no município da Praia e um para Assembleia Municipal na Boa Vista) e mais 12 candidatos independentes que disputam as câmaras municipais da Ribeira Grande (1), de Santa Catarina (1), São Domingos (1), Tarrafal de São Nicolau (1), Sal (1) Tarrafal de Santiago (2), Praia (4) e São Vicente (1).
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